quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Silenciar

É preciso calar a voz.
Voz demais é sinal de vazio na alma.
Ouvir é belo.
Não queremos discurso, queremos doçura,
queremos comer sorriso com garfo.

Sempre fui criticado por perguntar demais,
meu interesse em ouvir é vão, pensam eles.

Acontece, portanto, que não existe rima
em meio a janelas sem vista para o íntimo.
Alguma coisa acontece no espaços entre
as palavras...

( espaço entre as ... )



silêncio...

Ouviu?

É preciso silenciar para ouvi-las chegar.
Entrem, palavras!

- Diego Cardoso

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Quem ensinou o amor pra gente?

Quem ensinou o amor pra gente?
Quem?
Quem nos ensinou para que tivéssemos esse jeito imbecil na aceno distante?
Como quem deita fora o presente por troco em bala.
Já não damos a dormir mesmo em noite fechada, varamos a madrugada em silêncio e urgência.
Todo meu trânsito se comoveu sem razão e tudo parou por dentro.
Descobri de súbito que escrever precisa ter gosto de música, senão não toca.

Quem solta mais rápido ganha. É uma lei.
Acho que minha rua está menor, não noto mais capins, nem calçadas, passo reto.
Acostumei-me a não mais senti-la.
Note que as cores todas são tão bonitas quando se está em riso a alma. Tudo verte-se em simplicidade e literatura.

Ninguém ensinou-me o amor.
Os livros, os ipês brancos, as melodias, os cisnes, as laranjas, os grãos, o nada, a trilho, a trilha, o capim, o vento, o tempo, a calçada. Vejo dor na comparação, confesso. Nada é igual.
Serei eu o menor de todos? Terei em mim tão grande maldição de ser eu?
As equivalencias dos outros não cabem aqui dentro.
Não.

Sinto que o outro me vê, isso estremece minhas pernas. Frouxo.
O olhar debochado mata a alma, faz chorar feito vela em chama braba.
Desnudo feito bicho, o coração comido e escondido.
Ele ri de mim.
O outro tão perfeito, tão gigante que tira-me a chance do suspiro leve de ser autêntico.
Ele não erra.

Pergunto-me: Quem ensinou o amor pra gente?
Faça-se conhecer, apareça, surja aqui nesse cômodo escuro e mostra-me a mim a cor dos capins e base firme das calçadas.



segunda-feira, 27 de maio de 2013

Desagradavelmente bela

Na verdade é tudo muito encoberto por sorrisos, na verdade a gente ri muito do que não encara.
Seus sentimentos não me tocam mais, não sinto saudade de sentir saudade porque já não sinto mais saudade. Na verdade eu sinto... Da vontade de entrar num quadro de Van Gogh e andar na noite com aquelas nuvens rodando e sentir a brisa fria.

Acho que o que doía, sarou. O que eu esperava, atrasou. O que eu imaginava, humanizou. O que eu sonhava, nunca me acordou. O que eu sentia, sumiu. O coração que eu fechei, abriu.

Você é tão desagradavelmente bela, desprezivelmente graciosa, insensivelmente gentil, ironicamente sagaz, cruelmente doce. Seria mais fácil se você não fosse tão assim.

Droga.

Romântico de bosta eu sou. Não que eu queira ser, mas porque você cabe perfeitamente nas minhas palavras. Flor que dança e desabrocha nos meus versos.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Não Sei

Existem certas coisas que não entendo
Estou confuso e distante de mim
Fecho os olhos e vejo tudo
Abro os olhos e vejo embaçado

Talvez eu esteja colecionando potes de perguntas
Talvez eu fique resfriado com o gelo da minha alma
Talvez o pote caia no chão e eu fique louco procurando respostas
Por que separado e sem vírgula?



domingo, 1 de julho de 2012

Necessidades

Acabei de pensar algo neste exato momento.
Sempre quando saia para lugares cheios de pessoas, sentia dentro de mim uma sensação de desconforto e solidão... como se eu não fizesse parte daquele lugar. Sentia que faltava alguma coisa, como um cubo mágico cheio de cores embaralhadas e sem definição... e eu não sabia o que fazer para organizar cada cor no seu lugar, e ,na minha cabeça, cada cor representava uma área mal resolvida dentro de mim.
 Eu queria saber montar, mas não tinha resultado algum.
 Eu certemente necessitava de algo. A definição da palavra necessidade é: “ Qualquer condição que seja essencial à vida de forma que a satisfação dessa necessidade produza bem estar, e a não realização causa danos”. 
Pensa comigo e tenta me acompanhar: Se eu necessito de algo, então esse "algo" tem que ser bom pra mim, certo? ok. Então por que cargas d'água a gente se apega a coisas que não produzem bem estar e não são necessárias? estava carregando peso sem necessidade de coisas desnecessárias.
Se a vontade de Deus é diferente da minha e se a bíblia diz em Romanos 12:2 que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável, então eu descobri que a minha vontade é má, imperfeita e desagradável, cara se eu continuar andando como eu quero, eu vou me enrolar.... concorda? 
Cheguei a seguinte conclusão: Eu necessito depender apenas da vontade de Deus. Por que?
Porque me deixará em uma condição de satisfação e bem estar, pois é boa, perfeita e agradável, bem diferente do meu cubo mágico desnecessário, que aliás eu jamais consegui organizar sozinho. Você já?


aloha.


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