quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sei lá

Na sombra da amendoeira de um relance passageiro sugerindo sorrisos rápidos,
ela passou um segundos demorados

O tempo não passa e essa coisa grita em mim
Ao anoitecer as estrelas me encontram pisando em gramas frescas
Como convém a um sonhador sonhando
Distante dos filósofos e dos legais, me guardo em mim

A primavera começa e as sensações se inauguram
Não sei ao certo o que acontece, mas é diferente
Tão antigo e tão fortemente publicado no meu coração
que não sei mais que nome dar a isso...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Respingos

Grudento e sujo sou, cheio de coisas.

Como devo ser? Ser, não ser ou deixar de ser?
Ser novo, talvez brotar um novo ser, outro ser.

Criança, círculo boleado,
girassol encantado, poemas
sobre mim, outro eu.

Cru.

Sem respingos do passado,
sem máscaras do presente,
sem copos vazios do futuro.

Apenas criança.
Puro, mas sem medo do escuro.

Azul

Arde na Terra a morte dos santos.
A vida macia se derrama em delitos de paixão amena.
Rios azuis como a alma pura.
Pensamentos selvagens se esvaecem nas margens do equívoco.
Fora de si.

Eu amo suas expressões de surpresa e alegria,
amo seu sistema único de ser e continuar sendo o que muitos já não são.
Eu te amo pelo que é simples e complexo, pela sua mão rasgada pelo meio.
Por sua testa suja e transpassada pela decisão banhada de amor branco.

Quando eu deixar de ser eu e ser mais você.
Quando a fibra do meu corpo furioso perder pra sua voz invisível.
Quando essas coisas acontecerem, que seja eu invisível e o
meu estio se vigore em paz.