Diante dos olhos do poeta surgiu algo que se pode chamar de inspiração. Uma fonte de iluminação desde a ponta da caneta até o papel nulo. Cores, formas, sabores e cogitações a respeito daquilo que enfeitiçou seu coração, fazendo este escrever absurdos gloriosos e inquietantes sobre ela.
Escrever e numerar qualidades (talvez inexistentes na verdade) que são reflexo do que o poeta fantasiou ao ver seu rosto macio, milhões de gotas de energia fazem emergir criatividade dele. A primavera interior que surge na sua vibração desesperada, louca, apaixonante toma conta de todos os seus átomos. Arrepiante, curioso e idiota.
Ela apenas caminha pela calçada, que desfile de luzes ele vê. No ato de descrever suas formas ele mergulha em infinita vontade e limitada execução. Medroso, fraco, apaixonado.
Qual será o nome dela?
Ela deixou cair da sua mão um lenço de papel, o poeta cheirou e cogitou tomar pra si, para sempre lembrar dela, mas não conseguiu carregar e devolveu.
—Moça, eu não posso ficar com seu lenço, disse o poeta.
—Conservar comigo algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te.
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